Vale a pena organizar uma coletiva de imprensa para poucos meios de comunicação?

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sexta-feira, 2 de março de 2012
Este é um dos grandes impasses que pode passar um assessor de imprensa. Mas como diz o bom e velho ditado, para tudo há uma solução. Estou vivendo esse percalço pela segunda vez, desde que me tornei assessor de imprensa das Pontifícias Obras Missionárias (POM), instituição da Igreja Católica, que no Brasil tem sede em Brasília e está presente em todo o mundo.

Entenda: Por se tratar de uma organização segmentada, ou seja, voltada para o público católico e, mais especificamente para a dimensão missionária desta Igreja, as Pontifícias Obras Missionár
ias no Brasil não tem histórico de trabalho e aproximação com os veículos de comunicação, por isso, a organização da coletiva de imprensa se tornou mais difícil. A primeira vez que realizamos uma coletiva para as POM foi por ocasião do lançamento da Campanha Missionária de 2011, em setembro passado. No Brasil, saiba, a imprensa católica começa a crescer, mas ainda é limitada a algumas poucas TVs, muitas rádios com a maior parte de seus funcionários sendo voluntários e poucos jornais impressos; em Brasília, esse volume é menor ainda, pois a concentração está no estado de São Paulo.

A primeira coletiva de imprensa em si foi bem organizada: sala ventilada, cadeiras confortáveis, presskit para os jornalistas, coquetel, mesa dos entrevistados bem posicionada com banner de fundo
e na mesa para fotos, como manda o figurino. Os contatos com a imprensa, por meio de envio de releases, via e-mail, e telefonemas com antecedência foram feitos, mas o problema não residia aí, mas no número de veículos que iriam aparecer, afinal, o próprio nome define que se trata de um evento para vários meios de comunicação.

O dia da primeira coletiva

Chegou o dia. Eu já sabia que não ia contar com a presença de muitos veículos de comunicação. Eu contava que apareceriam uns quatro ou cinco e foi justamente o que aconteceu: TV Rede Vida, Canção Nova, Arquidiocese de Brasília, Rádio Maria e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O atraso, como é de costume da imprensa, aconteceu, para minha aflição junto aos entrevistados que aguardavam com poucas esperanças. Mas a coletiva aconteceu e tudo ocorreu muito bem.

Aprendendo com a experiência

Não importa o quão segmentado seja a instituição que você é assessor de imprensa, se há a necessidade de reunir os veículos de comunicação para uma coletiva de imprensa, faça-o, pois é válido, mesmo que apareçam três ou quatro veículos de comunicação. No caso da instituição que eu trabalho, essa segmentação é tão evidente que os temas que são tratados talvez nunca serão pautados pela grande imprensa. Por isso, me apoiei nos veículos católicos.

A instituição que você trabalha poderá também ser assim, mas sempre haverá meios de comunicação interessados nos assuntos que você trata e é neles que deverá focar, uma vez que nem sempre a grande imprensa atinge o público que interessa a sua instituição.

Os resultados apareceram: no dia seguinte eu pude ver, principalmente na internet, através de sites de pesquisa, que a coletiva de imprensa, inclusive as fotos que eu tirei, foram veiculadas em muitos meios de comunicação. Além dos veículos de jornalismo, também por sites e rádios de dioceses espalhadas pelo Brasil e em sites internacionais como Rádio Vaticano (Roma), Agência Ecclesia (Portugal), Agência Zenit (Roma) e tantos outros sites missionários das Pontifícias Obras Missionárias de outros países espalhadas pelo mundo inteiro. Com a presença da internet e redes sociais, a sua coletiva de imprensa, mesmo que com pouca participação de veículos de comunicação, pode chegar aonde você menos espera. No caso, os resultados que a instituição queria foram alcançados. Não importa se foram poucos os jornalistas presentes, mas sim que a mensagem chegou ao destinatário. O trabalho, portanto, valeu a pena.

A segunda coletiva será realizada no sábado, dia 3 de março de 2012. Vamos ver os resultados depois. Uma dica: jamais banalize as coletivas de imprensa. Elas só devem ser realizadas quando realmente for necessário, quando se tratar de um evento extraordinário da instituição. Reunir a imprensa num evento próprio, com organização, requer uma ocasião ímpar.

Fotos: coletiva de imprensa realizada no dia 21 de setembro de 2011



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