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Então é Natal, e o que você fez? Questiona a frase de uma das versões da música de John Lennon que mais se aproximam do sentido dessa data marcante. Nesta época do ano, diversas propostas acerca do Natal se apresentam à sociedade: é um momento para consumir, gastar o 13º salário com presentes, a fim de demonstrar carinho e afeto pelas pessoas mais próximas; praticar a solidariedade junto àqueles que mais precisam ou viver intensamente o Advento à espera do menino Jesus, o aniversariante do dia 25 de dezembro?

Com relação ao consumo, que parece estar à flor da pele das pessoas nessa época do ano, a prof.a da Faculdade de Ciências Sociais, da Universidade Federal de Goiás (UFG), Janine Collaço, que conduz uma pesquisa sobre consumo urbano de alimentos e desperdício, diz que essa prática sempre existiu. Mas é preciso fazer uma distinção. Segundo ela, existem a sociedade de consumo e a sociedade para o consumo. É nesta última que aparece o sentido da insaciabilidade, e, portanto o consumismo. Ela alerta que nem todas as esferas sociais se conectam a esse ato. “Nem todos consomem desesperadamente, pois temos diversos tipos de consumo”.

Collaço explica que o ato de consumir é uma prática ocidental que produz e produz muito para mostrar a opulência sobre o resto do mundo. No Ocidente, de acordo com ela, as relações sociais são percebidas primeiramente entre pessoas e bens. Nas sociedades de Corte, por exemplo, essa percepção é diferente. “As pessoas consomem para registrar a passagem do tempo e assim definir a sua posição social entre os membros e seu grupo ou comunidade pela tradição e ancestralidade”. O certo é que o sentido do consumo não é igual para todos. “São muitos grupos sociais e com olhares culturais diferentes; se poupar é algo bom para o futuro, nem todos querem abrir mão do bem estar de hoje. Precisamos olhar o sentido do consumo na vida das pessoas, para não corrermos o risco de reforçar estereótipos. Por exemplo, o consumo proporciona boas sensações a uma vasta camada da população que não tinha esse acesso”, diz.

Satisfação... Apenas imediata

A psicóloga clínica Arilda Ximenes não tem dúvidas de que o consumo, principalmente exagerado, traz boas sensações às pessoas, mas apenas momentâneas. O que, de acordo com ela não caracteriza felicidade. “Às vezes dizemos sou feliz, mas o mais adequado é dizer estou feliz agora. A nossa emoção é o que define os estados de felicidade ou infelicidade influenciada pelo nosso ambiente psíquico, muito mais do que nosso ambiente geográfico em si. O perigo mora em achar que a felicidade está apenas na nossa relação material com o outro, quando na verdade ela é definida como percebemos a nós mesmos”.

Em longo prazo, ela explica que o consumismo desenfreado pode tornar as pessoas instáveis emocionalmente, agressivas, frustradas, depressivas, intolerantes com o outro, impotentes por não alcançarem seus objetivos, além de influenciar negativamente a formação da personalidade sobre o valor da vida. A lista vale também para as crianças. E como isso pode ser contornado, de modo especial no período natalino? “Amando o outro afetivamente no plano pessoa para pessoa e não pessoa para objeto, promovendo situações de ajuda pela caridade, celebrando e convivendo com as pessoas, dando o verdadeiro sentido ao Natal, como nascimento de Jesus Cristo em nossas vidas”, explica a psicóloga.

Educação financeira 

O economista e prof. do Instituto Federal de Goiás (IFG), Adriano Paranaíba, lembra que nos últimos anos a população foi iludida pelo acesso ao crédito e consumo facilitado, com as passagens aéreas e os veículos parcelados a perder de vista, só para dar dois exemplos. “O governo dizia que a crise não chegaria e os economistas, o contrário; e a fatura chegou. Estamos mergulhados na crise, mas o lado positivo é que as pessoas aprenderam que gastar por gastar leva às dívidas e à crise”.

Adriano alerta que o cenário para 2016 não é bom e sugere como as pessoas devem passar esse fim de ano. “Podemos fazer uma festa bonita sem comprometer o orçamento. Como? Com simplicidade. Não é o momento de gastar, pois o ano que vem não sabemos nem quem estará empregado”, aconselha. O ideal, conforme Paranaíba, é sentar em família e programar todo o ano de 2016 na ponta do lápis. “Aproveitando o Natal, que proporciona as reuniões em família, precisamos aprender educação financeira na prática, inclusive com a participação dos filhos para que eles também saibam os limites do orçamento. Ganhos extraordinários, como o 13º salário, devem ser gastos prioritariamente com os gastos extraordinários: matrícula e material escolar dos filhos, IPTU, IPVA”. O salário fica para as contas ordinárias. Adriano explica que fazer isso ajuda a manter o equilíbrio financeiro. A prioridade neste fim de ano, de acordo com ele, é quitar as dívidas e só depois pensar em presentes.

Reencontrar o sentido do Natal

Eis o passo mais importante que a sociedade precisar dar, conforme o padre José Luiz da Silva, formador do Seminário propedêutico Santa Cruz. “Natal significa esperança para nós cristãos e a sociedade e todos são convidados a renascer de novo”. O padre comenta que na época em que vivemos o sentido da vida se perde facilmente, e as pessoas vivem o período natalino pelo aspecto social porque não entendem o mistério. “O mercado oferece muitas propostas e as pessoas não conseguem fazer uma escolha. O maior presente do Natal é perceber Jesus no presépio despojado e buscar imitá-lo e entender que o consumismo frenético promete, mas não traz a felicidade, que só é possível por meio do Cristo da manjedoura. Só assim conseguimos atenuar o consumismo”.

Publicado originalmente no Jornal Encontro Semanal, da Arquidiocese de Goiânia, edição 83.




No dia 7 de novembro, a Paróquia Santo Antônio de Pádua, do Setor Negrão de Lima, em Goiânia, promoveu um Diálogo Ecumênico sobre a Carta Encíclica Laudato Si’, do papa Francisco, que reuniu estudiosos, professores, representantes do poder público e de outras denominações religiosas, advogados e a sociedade civil, para debater o roteiro do documento, lançado em 18 de junho deste ano. O evento também está em sintonia com a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 (CFE-2016), cujo tema é “Casa comum, nossa responsabilidade”.

Conforme explicou o idealizador do diálogo, padre Alaor Rodrigues, “teve o objetivo de conscientizar, à luz da fé, da Palavra de Deus e da teologia sobre a nossa responsabilidade no cuidado com a casa comum e toda a vida que ela abriga”. De fato o evento foi um “pontapé inicial” que atendeu ao pedido do papa para que a conscientização ecológica parta das comunidades, ou seja, do local para o global.

O reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO), prof. Wolmir Amado, apresentou os elementos gerais da Carta Encíclica, como fez na Reunião Mensal de Pastoral do dia 10 de outubro, no Centro Pastoral Dom Fernando (ed. 74). “Esta encíclica é um documento de linha social da Igreja, que carrega a marca da espiritualidade franciscana, direcionada a todos os habitantes do planeta, inclusive os ateus, e é a primeira na história da Igreja com enfoque ecológico e visão integrada sobre questões sociais e ambientais”, enfatizou aos presentes na Paróquia Santo Antônio.

Wolmir ainda destacou que o mundo está à beira de um colapso ambiental que precisa ser revertido e apontou o que impede a humanidade de desenvolver ações eficazes para esse fim. “O problema é que ninguém quer abdicar dos padrões de consumo; a juventude, por exemplo, é sensível à causa, mas é a parcela da população mais presa à cultura do consumo”. O capitalismo também, segundo ele, é outro desafio. “Nenhum governo quer assumir compromissos porque não quer renunciar ao seu modelo econômico, mas o papa já disse que não tem como tratar da questão ambiental sem tocar na economia”. A partir da teologia da criação, o reitor reafirmou o papel do homem no mundo. “Deus nos colocou aqui para sermos guardiões da terra e não dominadores; quando rompemos com a natureza, também rompemos com Deus e por isso precisamos partir para a conversão ecológica que passa pela educação ambiental”.

Salvar o Rio Meia Ponte

Após a apresentação do prof. Wolmir Amado, cada debatedor fez suas colocações em três minutos. Um dos destaques que teve ampla adesão dos presentes foi a proposta de criação de um grupo de trabalho com o objetivo de desenvolver ações concretas para salvar o Rio Meia Ponte, que fica nas imediações do Setor Negrão de Lima, e sofre com a poluição desenfreada, bem como lançar mão de atitudes que visam a superação da cultura do descarte reaproveitando os mais diversos materiais. O evento vai virar um documento em livro e em vídeo e a paróquia, a partir de diversas moções, frutos dos anseios da comunidade, promete pressionar em 2016, durante a vigência da CFE, o poder público e a sociedade pela conscientização ecológica.



Essa foi a mensagem deixada pelo reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO), prof. Wolmir Amado, em palestra sobre a Carta Encíclica Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum, do papa Francisco, na Reunião Mensal de Pastoral, realizada no dia 10 de outubro, no Centro Pastoral Dom Fernando (CPDF), em Goiânia.

Logo no início da sua fala, o reitor lembrou que, no contexto arquidiocesano, a Laudato Si está em consonância com a Carta Pastoral do Dom Washington Cruz, “Deus te abençoe, Goiânia!”, em celebração e homenagem ao aniversário de 80 anos da capital e o capítulo 13, do Documento Pós-Sinodal – A Caridade, na vida e na Missão da Igreja particular de Goiânia, que discorre sobre “o cuidado com o futuro da vida no planeta”.

A Encíclica, conforme explanou o prof. Wolmir, está dividida em seis capítulos e organizada no método de trabalho ver, julgar a agir. No primeiro capítulo, o papa convida a olhar a realidade do mundo; no segundo e no terceiro (julgar), reflete sobre a raiz humana da crise ecológica; no quarto apresenta os tipos de ecologia propostos. “O papa escreve aqui sobre as questões ambientais profundamente integradas e nos propõe a ecologia integral que perpassa os âmbitos social, ambiental e econômico”. No quinto, por sua vez, são apresentadas linhas de orientação e ação e o último, o papa “escreve sobre questões de educação e espiritualidade ecológica que nos levam à sensibilidade ambiental”, explicou.

Para o prof. Wolmir, “a situação ambiental do nosso planeta é dramática porque o mundo experimenta uma mudança de ritmo civilizatório acelerado para o qual não estávamos preparados”. O reitor ainda frisou que a natureza tem outro ritmo. “Quando tiramos recursos da natureza, ela não se recompõe imediatamente, por isso, precisamos urgentemente nos dar conta de que os ritmos naturais são diferentes dos culturais.”

Foto: Caio Cézar


A Crise Econômica pela qual passamos é de conhecimento de todos, afinal a sentimos nos bolso. O dólar a pouco mais de R$ 4, um recorde desde a criação do Plano Real (cotação do dólar comercial no dia 23 de setembro de 2015), eleva o preço de diversos produtos, começando pelo pãozinho francês até os industrializados porque mais do que nunca, para obter lucros, as empresas precisam ganhar mais reais para vender o seu produto; os importados também ficam mais caros, a inflação aumenta e o poder aquisitivo cai. Nesse barco, os pobres são os mais afetados. Se o nível de preços ultrapassar a meta do Governo Federal, poderemos até passar por um racionamento de água e energia.

Junto com a Crise Econômica, o país passa por uma Crise Política. É bem difícil dizer se é a crise econômica que produz a crise política ou se é esta que constrói a crise econômica. O certo é que ela afeta a todos também, uma vez que o Governo e a oposição não conseguem se acertar – chegar a um consenso – em prol dos cidadãos. Um exemplo é a análise pelo Congresso Nacional dos 32 vetos da presidente Dilma Rousseff, novela longe de acabar. Os embates tem tudo a ver com a economia, já que os projetos podem reequilibrar ou descontrolar as contas públicas.

A Crise Moral é outra bastante presente no dia a dia de todos nós. Essa é grave e muito antiga e está relacionada com o extinto de se dar bem, ser esperto, levar vantagem em tudo e cultuar muito mais o ter do que o ser. A preocupação aqui é o material, é ganhar tempo, furar fila porque o meu tempo é mais precioso do que o do próximo. É grave porque não nos damos conta dela. Apontamos apenas o nosso dedo acusador aos políticos, aos “bandidos de colarinho branco”, sem olhar para nós mesmos e as pequenas corrupções que praticamos quase que (senão) diariamente.

Crise de inteligência

Mas, diante das três crises descritas acima, a Crise de Inteligência parece ser o mal maior dos nossos dias e pode afetar ou estar relacionada com todas as outras. Argumentar hoje em dia é tão difícil quanto desenvolver uma fórmula matemática. Estamos cada vez mais despreparados para debater qualquer assunto ou analisar algum tema da atualidade. As redações do Enem que o digam. O filósofo francês Gilles Lipovetsky diz que, atualmente, “mais do que uma crise de valores, vivemos um problema de inteligência”.

A Crise de Inteligência é fruto da precarização da nossa educação; as pessoas se apossam de fórmulas prontas e simplistas e a repetição de certezas incontestes (que não resistiriam a um simples debate). Outros partem para agressão mesmo e a negação do interlocutor e suas ideias. Contribui para a supervalorização da ignorância dos nossos dias, a famosa internet e as redes sociais, ambiente em que as pessoas postam verdades absolutas, se pronunciam com certezas e não estão nem um pouco preocupadas e abertas ao diálogo e debate. Preferem se fechar em um mundo virtual criado paralelamente ao real. Ambos se confundem e transformam a pessoa em um ser cada vez mais sem sentido, menos crítico e mais conformado com a realidade que a engole todos os dias.



Atualmente o mundo conta com mais de 7 bilhões de pessoas que geram 1,3 bilhão de toneladas de lixo, quantidade que deve chegar a 2,2 bilhões de toneladas em 2025, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Ainda conforme os relatórios da ONU, atualmente mais de 1 bilhão de pessoas, o equivalente a 18% da população mundial, não tem acesso a uma quantidade mínima aceitável de água potável. E em 2025 – dois terços da população mundial ou 5,5 bilhões de pessoas, poderão não ter acesso à água limpa.

É com base em estudos científicos como esses, que apontam um cenário catastrófico já em nossos dias, que o papa Francisco lançou no dia 18 de junho, a sua segunda Carta Encíclica, Laudato Si (Louvado sejas – sobre o cuidado da casa comum) “a cada pessoa que habita neste planeta” (nº 3). Segundo o subsecretário-geral da ONU para o Pnuma, Achim Steiner, é “o chamado à ação feito por Francisco face à degradação global do ambiente e as mudanças climáticas”.

Estudiosos já declararam ser superficial classificar a carta apenas como encíclica verde porque a visão do papa é teológica e metafísica, ou seja, fundamentada na fé e na razão a partir da investigação das realidades que transcendem a experiência sensível.

Para começo de conversa, é indispensável destacar que Laudato Si, mi Signori – Louvado Sejas, meu Senhor – era o cântico de São Francisco de Assis em que “recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços”. Assim cantava o santo. “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras” (nº1).

Visão científica

Para o doutor em Ecologia e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Rafael Dias Loyola, quatro pontos fundamentam a encíclica e tornam o documento relevante. “O papa Francisco apresenta um problema; explica no texto que ele é global; convoca as pessoas a fazerem algo a partir de linhas de ação e deixa claro que o problema perpassa o ambiental e atinge também o social e econômico”. Segundo o professor, a comunidade científica mundial recebeu muito bem o documento porque o texto ratifica o que eles vêm dizendo há muito tempo: “estamos diante da maior emissão de gases de efeito estufa da história, causado pelo homem; diante de uma crise hídrica sem precedentes, devido principalmente a uma gestão irresponsável e o papa, como líder religioso e uma força política que os cientistas não têm, faz ouvir no mundo inteiro esse problema que é de todos nós”.



Igreja pode fazer mais

Mas a publicação de Laudato Si e o impacto que causou um papa ao falar sobre meio ambiente, conforme o professor Rafael, é apenas um primeiro passo. “O documento tem um peso político muito grande no mundo e acaba atraindo as pessoas na sociedade e na Igreja, mas poderá fazer a diferença se ele for amplamente divulgado, discutido e debatido; se cada padre em sua paróquia falar a respeito com os fiéis, aí sim, haverá uma educação ambiental mínima”. O professor considera também que a encíclica é um alerta para as pessoas se conscientizarem de que elas são parte do problema, que contribuem para o mundo estar piorando e isso, associado à fé, faz uma diferença muito grande.

A chave do documento, conclui o especialista, é o papa ter fundamentado ao longo do texto que o problema é também social e que os pobres sofrerão mais com a degradação do meio ambiente. “O papa chama a atenção dos governos para assumirem uma postura nova principalmente em relação aos mais pobres que não têm condições de lidar com escassez de água, aumento da temperatura e falta de alimento nas mesas”.

O professor da Escola da Fé e mestre em Ciências da Religião, Onofre Guilherme, diz que Laudato Si é um convite do papa à mudança de mentalidade, que só pode ser alterada verdadeiramente a partir de uma espiritualidade de cuidado, do zelo para com a criação e para com os homens e mulheres que habitam o planeta. “Francisco faz um pedido no sentido da afirmação da dignidade profunda da pessoa humana, perdida no horizonte pobre do mundo do consumo exacerbado”.
Onofre ressalta ainda que cabe aos cristãos, de modo especial, o cultivo de uma espiritualidade autenticamente ecológica que, “associada à educação ajuda, assim, na superação da tentação de um espírito consumista que provoca violência e destruição na medida em que poucos são os seres humanos que possuem pleno acesso aos bens de consumo”.

São Francisco de Assis

O bispo auxiliar de Goiânia, Dom Levi Bonatto, entende que o documento só terá efeito se ele for amplamente divulgado. Por isso, faz um apelo à Igreja. “As palavras do papa só irão ecoar se o documento estiver nas mãos das pessoas e isso só acontecerá se cada paróquia e comunidade, por meio dos seus padres, fizerem isso e houver uma divulgação nos meios de comunicação sobre a importância da nova encíclica”. Dom Levi vê de forma positiva o impacto que causou o lançamento da encíclica no mundo inteiro. Ele diz que a Igreja precisa aproveitar esse momento para levar a todos a mensagem de Francisco sobre essa problemática global.

Sobre a centralidade de São Francisco na encíclica, Dom Levi explica que o santo foi “o transformador de uma Igreja que estava voltada para si mesma, tinha muitos bens, e ele achou que era necessário o desprendimento, por isso, fez a reforma. Hoje o papa Francisco quer mostrar que para viver o que está escrito no documento é preciso uma transformação e mudança a partir das pessoas, pois não é possível continuarmos apegados aos bens materiais enquanto o mundo sofre as consequências”.

Estudo do documento

As paróquias e vicariatos são convidadas a se envolverem concretamente na multiplicação do conhecimento da Carta Encíclica Laudato Si, trazendo para o dia a dia da comunidade o denso e profundo conteúdo nela apresentado. Esse é o caminho que a Igreja de Goiânia irá trilhar a partir de agora, segundo Dom Levi. O professor Onofre Guilherme se coloca à disposição para esse serviço. O contato dele é onofre.goiania@gmail.com. A encíclica pode ser encontrada em todas as livrarias católicas.

Você sabia? A Carta Encíclica é uma circular enviada pelo papa a todos os bispos e por meio deles aos padres e fiéis, sobre um determinado assunto que quer tratar nos campos da fé, costumes, culto, doutrina social. Pode-se estender também a todos os homens de boa vontade, como é o caso da Laudato Si. Acredita-se que a primeira encíclica foi escrita pelo papa São Clemente (89-98). O termo “epistola encyclica” foi introduzido pelo papa Bento XIV (1740-1758).

Publicado originalmente no Jornal Encontro Semanal, da Arquidiocese de Goiânia
Reportagem: Fúlvio Costa
Fotos: André Costa
Montagem: Caio Cézar
Infográfico: Ana Paula Mota
Revisão: Jane Greco