A marca, como o nome já diz, é uma identidade que tem o objetivo de diferenciar, proteger, localizar, um produto ou serviço. As empresas investem nesse bem intangível porque as marcas constituem seu patrimônio e, bem posicionadas, criam laços e emoções com seus públicos de interesse aproximando estes daquele.

A aproximação acontece através da penetração em nossos sentidos, por meio a publicidade trazendo sensações positivas, focando principalmente nas necessidades e desejos das pessoas.

Para os consumidores, a marca os posiciona socialmente, ou seja, identificam-nos. Por isso, muitas pessoas tornam-se fiéis a marcas. Isso acontece porque tudo tem marca: desde as frutas que compramos a automóveis. É uma identidade para a empresa e para o consumidor, pois o protege também.

Segundo Philip Kotler, marca pode ser “um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que têm o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes” (Kotler, Philip, 1998). Partindo do conceito amplamente difundido pelos teóricos, trata-se de uma conexão simbólica entre uma organização, sua oferta e o mundo do consumo.

Quando vamos criar uma marca, porém, surge a dúvida: o que eu devo fazer para criar impacto no mercado?

Antes de qualquer coisa é preciso informar que uma marca não vive por si só. Não nasce forte, mas torna-se com o tempo e com uma série de variáveis que vão desde a tradição, confiança, respeito, qualidade, valor. Mas, podemos pensar em outra linha de raciocínio: eu quero desenvolver uma marca atrativa que chame a atenção do público, o que eu devo fazer? Diante dessa questão há algumas respostas.

Para desenvolver uma marca atrativa, há algumas normas básicas a serem seguidas. São elas:

Correlação com o produto/serviço: este é um item básico. A marca visual deve possuir alguma relação direta com os produtos/serviços apresentados ao mercado. Seja na logotipia, na descrição ou na parte visual. Deve ser mais explorado principalmente se a sua marca é individual, ou seja, uma marca específica para determinado produto/serviço.

Fáceis de lembrar: simplicidade, objetividade. São duas palavras que você deve se lembrar ao criar a sua marca. Não adianta de nada pensar em um nome que nunca foi visto numa marca se o mesmo jamais será lembrado pelos consumidores.

Originais: As pessoas devem lembrar-se do nome da sua marca. A originalidade é outro ingrediente que ajudará a mantê-la na memória. Jamais copie nomes que já estão no mercado.

Fácil pronúncia: Mais uma vez a palavra simplicidade e objetividade tem espaço reservado aqui. Para que o consumidor se lembre de sua marca é preciso ter em mente um nome de fácil pronúncia de preferência em português, dependendo do seu negócio. Pesquise seu público, identifique-o e assim saiba qual nome ele absorve com mais facilidade.

Criatividade: Por fim, um nome criativo que combine com o seu negócio, mas as pessoas ao olharem sua logomarca, encontre uma aproximação entre o símbolo visual, o logotipo e descrição do serviço/produto com aquilo que é, de fato a empresa.

Seguindo esses passos, você construirá uma marca que atenderá as expectativas do seu público-alvo. Nos próximos posts eu vou falar um pouco sobre o sentido das cores nas marcas, objeto de estudo que também precede a criação de marcas.



Para a maioria das pessoas expressar-se bem, oralmente, por meio de tom de voz bem encadeado e gesticulação, parece ser a maneira mais eficaz de se comunicar; é importante, mas há formas mais eficazes no ambiente empresarial. Sim, pois uma comunicação de qualidade é potencializada pelo saber ouvir e, diferente do que muitos pensam, ouvir requer habilidades que poucos têm ou conhecem.

Por que saber ouvir traz importante contribuição para a comunicação empresarial? É simples: uma pesquisa feita por uma importante indústria de Chicago, nos Estados Unidos, descobriu que 80% do trabalho de um executivo depende de como ele ouviu ou interpretou informações. A pesquisa também descobriu que ouvir bem é a ligação mais importante da comunicação nas empresas e também a mais frágil.

O primeiro passo para ouvir melhor no ambiente empresarial e levar essas habilidades para qualquer ambiente da vida, está em tomar consciência dos fatores que afetam a habilidade de ouvir e ampliar o tipo de experiência auditiva que pode produzir bons hábitos de ouvir. Mas para desenvolver esses dois pontos, há um enorme obstáculo pela frente: desenvolver a audição é mais difícil do que falar, porque exige concentração no interlocutor.

A dificuldade em ouvir com qualidade é potencializada porque a mente humana processa mais rápido do que a quantidade de palavras que uma pessoa pode falar por minuto, fato que nos dá segurança de desviar a atenção de quem fala, pensar em outras coisas e voltar a atenção para o seu discurso novamente. O problema é que não usamos esse tempo excedente para aproveitar o conteúdo de quem fala. Com isso, perdemos trechos importantes de uma palestra, reuniões, seminários, podendo interpretar erradamente assuntos importantes para o desenvolvimento de trabalhos que dependem do que foi falado.

Dicas

O bom ouvinte é aquele que descobriu que a eficácia está em voltar toda a sua atenção à recepção da mensagem e ainda usar o mínimo do tempo excedente para os desvios que levam para longe do raciocínio de quem fala. Para a audição funcionar em seu melhor nível, o ouvinte precisa desenvolver quatro atividades mentais. São elas:

1 – Penar à frente do discurso do interlocutor tentando prever onde o seu raciocínio vai chegar, buscando a conclusão;

2 – Avaliar o discurso de quem fala e se perguntar se o que se recebe está correto e se é assim mesmo;

3 – Resumir os pontos-chaves do discurso;

4 – Ouvir o discurso nas entrelinhas e buscar sinais que ajudam a entender a comunicação (expressões faciais, tom de voz, gestos);

busca por uma audição de qualidade somos afetados por nossas emoções, ou seja, temos a habilidade de desativar mentalmente aquilo que não queremos ouvir e o contrário também quando o discurso nos interessa. As emoções, portanto, funcionam como filtros auditivos. Esses filtros são importantes porque podem superestimular nossa audição para que ouçamos com propriedade ou então para que desativemos aquilo que não nos interessa ou vai contra nossas crenças e ideias.

Benefícios

Quem tem a audição apurada se protege de confundir números, datas, agenda, nomes. Esses erros combinados podem custar caro, até mesmo o seu emprego. O maior prejudicado, no entanto, é o negócio da empresa, portanto, ouça melhor e some para a sua empresa e para a sua profissão. Ouça com qualidade e faça a diferença na comunicação empresarial.



Para conquistar o público masculino, a Skol acaba de lançar um kit com seis ovos redondos de chocolate trufado e recheio com cerveja. A novidade vem dentro de um mini-engradado personalizado. Custa R$ 70.

Em Marketing isso se chama extensão de marcas, ou seja, a marca Skol se utiliza do seu nome no mercado para lançar um produto que apresenta uma diferença significativa de natureza, no caso o ovo com outras características (físicas) e função (valor de uso) em relação ao seu produto de origem: cerveja.

O objetivo é aumentar a penetração da marca na mente dos consumidores, no período da Páscoa, integrando no novo produto componentes da famosa bebida, produto original da marca Skol.

Alguém aí gostou?




Escrito por Laurindo Lalo Leal Filho é uma obra crítica sobre televisão. O autor, por meio de quatro capítulos e a conclusão, em pouco mais de cem páginas dá conta da melhor TV do mundo e de como ela se tornou tal para os britânicos, de modo particular, e para a comunicação mundial.

Na obra, Laurindo sempre faz referência aos modelos europeus, não somente ao britânico. O objetivo é pensar as várias TVs existentes e também comparar com o modelo brasileiro. Já no prefácio, Orlando de Miranda se dirige ao leitor com a seguinte afirmação: “Descobrirá o leitor brasileiro que a Globo não é tudo, afinal. Nem a TVE é intrinsecamente tão chata como parece ser seu inexorável destino”.

Lalo Leal aprofundou seu estudo sobre a TV britânica. Resultado de uma pesquisa para o pós-doutorado, o Modelo Europeu é o primeiro capítulo do livro. Nas 11 páginas deste capítulo, Lalo fala das origens do modelo público na Europa Ocidental, no qual ele relata que a TV já surge com o objetivo de “propiciar a criação de um eleitorado mais inteligente e iluminado, tornando-se um fator de integração para a democracia”.

O que Lalo afirma no capítulo 1 é que, para ser o que é, a BBC de modo particular, se distancia de qualquer manipulação política e comercial para conseguir ser um modelo democrático. Ainda no capítulo, o autor sugere que a BBC nasceu para “indiciar a necessidade da população que precisa ser atendida”. Uma das grandes diferenças da BBC para outros modelos, como o brasileiro, é que suas receitas giram em torno de licença paga e outras formas. Não havia receitas comerciais, eis aí um fator que a tornou um bem público e democrático. No mesmo gráfico, há comparações com outros modelos. O americano, por exemplo, abastecido com doações e pelo governo.
É indispensável mencionar que o grau de interferência do governo no modelo britânico de televisão não era absoluto, mas, menos afetado pelo governo do que o modelo brasileiro ou americano. Na Europa, a TV é dirigida por um conselho cujo único interesse é “promover o serviço público”. Segundo indica o livro, se encaixam nessa estrutura: Grã-Bretanha, Austrália, Japão, Nova Zelândia, Itália e o estado de São Paulo, no Brasil.

Em outro quadro [Alemanha, Bélgica e Dinamarca] reconhece-se que os meios de comunicação são púlpitos para o debate político. “Neste caso, os conselhos diretores são formados por representantes dos principais partidos políticos e de organizações expressivas da sociedade”. Sobre este segundo modelo, o autor afirma categoricamente: “Claro que desvios são inevitáveis”.

O que a obra de Lalo Leal tem de original é a forma como percebe as estruturas dos modelos de televisão, desde sua direção, captação de recursos, programações, e formas de pressão que eles sofrem para assumir um caráter e postura.

Sobre o caso britânico, é justo citar que a publicação do livro data de 1988. E as formas de pressão começam a surgir na década de 1990. São empresários, grupos da sociedade organizada, que fazem de modo mais ou menos, a TV assumir sua postura diante da sociedade. O que foi instaurado na Inglaterra, por exemplo, é a compra desesperada de todas as formas de comunicação: livrarias, revistas semanais, diários regionais, tablóides distribuídos gratuitamente em bairros por poucos empresários. O monopólio das empresas de comunicação foi um fato consumado na Grã-Bretanha. Poucos donos, muitos meios, uma única direção da mídia. E o que sobra é uma mídia comprada e uma população sem opções.

“Até 1994 só a BBC continuava imune às investidas comerciais. Mas nem ela resistiu e acabou firmando um acordo com o Grupo Pearson para explorar um serviço internacional de televisão por satélite. Agora a emissora pública britânica terá, pela primeira vez em sua história, a possibilidade de acesso ao mercado de capitais. Até então as atividades comerciais da BBC restringiam-se à venda de programas de televisão e de publicações especializadas em rádio e TV” (Leal Filho, 30).

Apesar de já ter sido afetada pelo mercado comercial, na TV britânica continuou a predominar com o máximo de cuidado na programação. Isso porque eles consideram a TV a expressão de sua identidade. Lá, esse meio é considerado um patrimônio da nação. Com fiscalização exercida por órgão independentes das emissoras e do governo, os responsáveis acompanham tanto a qualidade da programação, quanto o encaminhamento de reclamações do público, algo até hoje impensável no Brasil. Outro fator que faz com que esse padrão de TV dê certo, se relaciona diretamente com a licença anual que as TVs públicas adquirem por meio das pessoas. Em 1995, esse valor era de US$ 135.

“Reclamações de ouvintes ou telespectadores consideradas justas pela comissão recebem desculpas públicas. Ofensas mais graves são punidas com multas ou até com a cassação da concessão” (Leal Filho, 37).

O que há de rigoroso na Inglaterra, segundo o livro de Lalo Leal, é a grande preocupação de preservar a qualidade da programação e não submeter seus telespectadores. O rigor maior se dá nos padrões de qualidade que são incontestáveis naquele país. A obra de Lalo merecia observar, mais uma vez, o modelo britânico de TV neste início de século. Agora, é indispensável saber se a BBC continua com a mesma qualidade e os mesmos ideais.

Excelente obra.



Não precisa muito para que uma informação falsa se torne verdadeira, basta que trate de um assunto relevante, contenha informações lógicas e possíveis e uma fotografia que comprove. Pronto, o falso torna-se verdadeiro. Na internet esse mal tem se tornado ainda mais evidente, de modo especial através das Redes Sociais. Para constatar isso, basta relembrar algumas mentiras que se tornaram verdadeiras, mesmo que em poucos dias ou minutos.

A notícia de que o promoter, Amin Khader, havia morrido em novembro do ano passado, foi divulgada na imprensa brasileira. No mesmo dia, descobriu-se que não passava de uma mentira.
Em fevereiro deste ano, foi divulgada no Facebook uma foto de que uma mãe indiana deu a luz a 11 filhos de uma só vez. A foto era real, mas a história, falsa.

Outra foto bastante divulgada foi a do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, lendo o Livro Aleph ,de Paulo Coelho, de ponta cabeça. Outra mentira.

Informações falsas se tornam verdadeiras por uma série de questões: no caso de notícias, por que os jornalistas são pressionados a buscar o furo e nem sempre esgotam a apuração das informações. Já as Redes Sociais são o espaço propício para esse tipo de brincadeiras. Divulga-se uma informação, o público gosta, e espalha-se pela web como verdade.

Geralmente as informações trazem nomes de pessoas, organizações ou empresas conhecidas; o próximo passo: o assunto abordado interessa a muitas pessoas; citam nomes de pessoas para ganhar credibilidade, mas há um problema: nunca trazem o autor da informação.

A última história com essas características foi divulgada nesta quarta-feira, 21 de março. “Os brasileiros estão estragando o Facebook”, diz fundador. Esse foi o título da matéria divulgada por vários meios de comunicação que caíram na pegadinha; entre eles, o portal da TV Transamérica, o site Alagoas 24h, o portal Stylo, de Palmas (TO), entre outros. Além de milhares de usuários no próprio Facebook.


Como se pode observar:

A matéria é lógica;
Faz todo o sentido, no que diz à forma como os brasileiros usam a rede social;
Cita o nome de figuras e empresas importantes: fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o canal CNN.

Mas há algumas falhas:
O Facebook cresce 300% no Brasil;
No fim de
2011 o país registrava 35 milhões de usuários;
O Brasil é o quarto em número de usuários no mundo.

Claro que o criador do Facebook não ia dizer que os “brasileiros estragam a rede social”, que “qualquer serviço na Internet que tenha usuários brasileiros, em grandes proporções, vira um problema” e que “o canal de notícias CNN disse que Mark Zuckerberg está triste com o comportamento dos brasileiros na rede social Facebook”, apesar de muitos concordarem que o Facebook segue alguns comportamentos que destruíram o seu principal concorrente no Brasil, o Orkut.

A notícia foi publicada no site G17, um portal de humor que deixa claro aos leitores sobre o teor do seu conteúdo. “G17 é um site de humor e as notícias aqui publicadas não podem ser levadas a sério ou, servir de fonte de informação, pois se tratam de sátiras e ficção”. Porém, mesmo sabendo disso, informações continuarão saindo na rede, sendo divulgadas como verdadeiras, porque as pessoas não vão atrás da fonte de informação, não estão acostumadas a isso. E, se há lógica, nomes de pessoas importantes envolvidas, continuarão sendo verdadeiras. No caso da notícia do Facebook, prevaleceu o famoso Control C x Control V. O resto, a web fez.



Dividido em cinco grandes capítulos, a obra da experiente jornalista Suely Caldas é um passeio pelo jornalismo econômico. Em 136 páginas, Suely fala da imprensa a partir de vários ângulos: época da ditadura militar no Brasil; estereótipo do jornalista econômico; linguagem de TV; sua experiência em grandes jornais, e uma pitada do jornalismo econômico.

A autora fala de economia nas páginas de jornais por um ângulo bastante singular, com base em sua longa experiência na área. Apuração, contato com fontes, desconfiança, são pontos bem tratados no decorrer da obra. O Estado Novo de Getúlio Vargas é citado como um dos tempos mais difíceis para se escrever sobre economia no país. Segundo Suely, foi um tempo de impulso à economia, mas também foi um momento de grande censura a números oficiais do Governo.

A década de 1950 foi uma data que o jornalismo econômico prosperou, pois a economia brasileira crescia de forma intensa. Mas a censura continuaria a atrapalhar. “Foi principalmente a partir do Ato Institucional Número 5 (AI-5), em 1968, que os militares decidiram intervir diretamente na imprensa e controlar as notícias, proibindo a publicação de assuntos que eles elegiam de acordo com seus interesses específicos” (CALDAS, Suely. 2008)

Jornalismo Econômico é uma obra para se aprender através da experiência de nomes renomados do jornalismo brasileiro. Suely afirma de forma categórica que há necessidade sim de formação jornalística para ser um bom profissional. “A formação do jornalista não deveria ser imprevisível nem improvisada, mas às vezes, é” (Suely. P. 32). A autora critica as faculdades que só querem o dinheiro, mas não oferecem uma estrutura mínima para a formação do futuro profissional. Sobre a especialização, ela diz que uma das melhores opções para se aprofundar na área é freqüentar cursos oferecidos por empresas da área: Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Bovespa, IBGE e entidades empresariais. “Em geral gratuitos, esses cursos interessam ao jovem jornalista e também ao organizador, preocupado em se relacionar com profissionais qualificados, que conheçam economia e aquele setor específico” (Suely. P. 33).

Outro dado importante mostrado na obra é a questão salarial do jornalista econômico. Segundo a autora, os salários variam muito no país; mas, nas grandes empresas de jornais: Valor, Estadão, Folha, O Globo e revistas especializadas, o salário médio é próximo de 16 mínimos. Em Brasília varia entre 32 e 40 salários, aproximadamente.

Sobre termos diretamente ligados à Macroeconomia, Suely explica alguns ao mesmo tempo em que afirma ser imprescindível conhecer esse sistema que está impregnado à economia brasileira. O alimentador do jornalismo econômico brasileiro é a Macroeconomia, segundo ela. Suely diz que muitas pessoas acham chato ler no jornal sobre Macroeconomia. Ela até faz a sugestão de se escrever sobre microeconomia, mas ressalta dizendo que é impossível, no Brasil, por ser o primeiro sistema aquele que rege a economia nacional. Tem um impacto maior sobre os brasileiros.

Entre os termos explicados por Suely, está: “Inflação [média dos preços que sobem mais do que caem]; deflação [contrário de inflação. Os preços caem mais do que sobem e o índice fica abaixo de zero]; câmbio [expressão em reais do valor das moedas estrangeiras no Brasil. Devido à influência da economia dos EUA no Brasil e no mundo, a taxa mais usada no Brasil é expressa em dólar norte-americano]; Produto Interno Bruto (PIB) [Soma de riquezas produzidas pelo país. É dividido em quatro áreas: indústria, comércio, agricultura, e serviços]”. (Suely. P.62). Além desses dados, Suely explica o significado de renda per capita; taxa de juros; déficit fiscal nominal; superávit primário; balanço de pagamentos; saldo ou déficit da balança comercial e risco Brasil.

“O jornalismo econômico não é feito só de déficit público, inflação, taxa de juros ou risco Brasil. Mas é essencial o domínio desses indicadores e do funcionamento dos mecanismos da economia para lidar com fatos que, aparentemente, nada têm a ver com eles” (Suely. P. 63)
A autora dedica um capítulo ao jornalismo econômico on-line, o qual ela acrescenta que tem crescido bastante nos últimos anos. Como exemplo de sucesso na área, Caldas apresenta o jornalismo econômico garantido pela Agência Estado (AE), no mercado com um trabalho diferenciado, conforme explicado no livro pelo diretor-editorial da AE, Eloi Gertel. “Não havia informações em tempo real produzidos no Brasil e dirigidas a brasileiros. O primeiro efeito foi acabar com os boatos das quintas e sextas-feiras, que infernizavam a economia, derrubavam mercados, destruíam poupanças. Os boatos desapareceram porque a informação estava presente em todas as mesas de operação, nos ministérios, nos governos, acessível a todos que lidam com ela. Boatos hoje são imediatamente confirmados, desmentidos, esclarecidos”.
Relevância da obra

O livro alcança o objetivo de mostrar o caminho do jornalismo econômico aos futuros jornalistas. Dá pistas e aponta onde começa e onde termina essa editoria. Explica sobre aspectos intrínsecos da profissão e os degraus necessários para alcançar a excelência na redação de jornalismo econômico, seja ela em qualquer veículo. O livro de Suely é importante por ser uma obra que não está cercada de teorias, mas da vida prática da autora e de experiências de colegas e de grandes matérias do ramo, vencedoras dos melhores prêmios do país.


Um livro que passo a passo situa o leitor no ambiente em que ocorreu a morte do maior líder seringueiro da história do Brasil, Crime e Castigo contextualiza o espaço vivido por todos aqueles que foram amigos de Chico Mendes ou o conheceram e lutaram pela causa ecológica. A astúcia do experiente jornalista, Zuenir Ventura, de forma alguma trata o seringueiro como herói nacional. Longe disso, a figura de Mendes é a mais crua definição da apuração, sob a ótica jornalística através de entrevistas com as mulheres que conviveram com Chico, os amigos de trabalho, além dos fazendeiros que viam nele apenas ambição.


Outra ótica do livro de suma importância é a capacidade do autor de dar valor às pequenas coisas evidentes nos fatos que passariam, quem sabe, despercebidas na reportagem de um jornalista inexperiente. Como exemplo, é citável o momento que Chico pega a toalha, coloca no ombro e vai tomar banho. A porta que abre pelo lado de dentro, a altura da escada que dá acesso ao quintal (Crime). Tudo isso só foi possível com a apuração minuciosa de ouvir as fontes e andar nos locais onde se passaram as cenas. Afinal, uma boa reportagem só é possível com boas entrevistas.

Dono de um poder peculiar de juntar literatura e jornalismo, Zuenir não dá somente a notícia nua e crua em suas reportagens, mas amplia seu trabalho ao primar pelo humanismo. Um exemplo disso foi que ele não só cobriu o acontecido. Na obra ele opta pela escrita em primeira e terceira pessoas do singular. Surpreende ao adotar como um dos personagens centrais de seu livro, o garoto Genésio. Crime e Castigo é também uma obra que faz o leitor caminhar junto com o autor, que faz os acontecimentos se evidenciarem ao longo das páginas sem pressa alguma, numa linearidade que leva o leitor a fluir na história sem dificuldade alguma.

A divisão do livro em três partes é um ponto positivo no trabalho do autor, pois possibilita ao leitor trilhar caminhos diferentes sem perder o rumo história. Ao invés de só se prender no assassinato do seringueiro, o leitor também se desloca à condenação dos assassinos (Castigo). Para que o trabalho tenha um desfecho digno de um documento sobre o maior líder ambiental do Brasil, Zuenir volta ao Acre, exclusivamente para escrever este livro. Agora sem o crachá do Jornal do Brasil (JB) para saber e fazer conhecer como é o estado hoje e como as pessoas assimilam a saga de Chico Mendes depois de 15 anos do assassinato.

Nessa nova viagem, sim nova porque Zuenir foi o enviado especial do JB para cobrir a morte de Chico Mendes em 1988; no novo trabalho, o autor relata o atual cenário vivido pelos seringueiros que outrora não tinham vez nem voz. Fica evidente que a causa ecológica não seria a mesma se o líder ainda estivesse vivo.



Está decidido. Por 4 votos a 3, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que candidato e partido político só podem usar o Twitter para fazer propaganda eleitoral a partir do dia 6 de julho, data a partir da qual a Lei das Eleições (9.504/97) permite a propaganda eleitoral.

No entendimento do TSE, o Twitter é um meio de comunicação capaz de propagar o candidato, mesmo que para um público direcionado. O ministro Gilson Dipp afirmou que o meio, embora seja um mecanismo de comunicação social, não pode ser definido como um meio de comunicação geral, ou seja, o que o Dipp quis dizer é que o Twitter não é capaz de alcançar destinatários indefinidos como os meios tradicionais TV e o rádio, por exemplo.

“No Twitter não há a divulgação de mensagem para o público em geral, para destinatários imprecisos, indefinidos, como ocorre no rádio e na televisão, mas para destinatários certos, definidos. Não há no Twitter a participação involuntária ou desconhecida dos seguidores. Não há passividade das pessoas nem generalização, pois a mensagem é transmitida para quem realmente deseja participar de um diálogo e se cadastraram para isso”, afirmou Gilson Dipp em seu voto.

Mas, para lamento de Dipp, e mais dois colegas, o TSE decidiu que o Twitter tem força para propagar candidatos. O Tribunal manteve a multa de R$ 5mil pela proibição da propaganda eleitoral via Twitter antes do período previsto em lei, 6 de julho. Votaram a favor: Aldir Passarinho júnior, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e o presidente do Tribunal, Ricardo Levandowski.

Votaram contra a aplicação da sanção: Cármen Lúcia Antunes Rocha, Dias Toffoli e Gilson Dipp.

Opinião

Concordo plenamente com os ministros que votaram a favor da aplicação da sanção. O Twitter é um meio de comunicação que, mesmo direcionado, hoje é fonte para os veículos de comunicação tradicional. Isso quer dizer que ele ultrapassa apenas os destinatários que seguem determinado usuário. O que se publica no Twitter, principalmente em se tratando de políticos e em ano de eleição, vai parar nos telejornais, nas manchetes de sites na internet, no rádio e na boca do povo. E aí, diante disso, o Twitter continua sendo uma ferramenta direcionada? Não, ele é um meio que ultrapassa os 140 caracteres.



Caracterizado pela originalidade, "Boa Noite, e Boa Sorte" foi produzido num ambiente de cinema estereotipado como é o caso da fábrica de sonhos, Hollywood. De cunho totalmente crítico, o filme designa a liberdade de imprensa e paralelamente a liberdade democrática. Os bastidores da redação de jornal estão presentes a todo o momento. Desde as reuniões de pauta à luta de vincular os patrocinadores e a verdade dos fatos.

O filme com ar de narrativa documentária inicia ao som do jazz dos anos 50. Ambiente de festa com trajes de gala. O cigarro dá o tom de charme à narrativa de todo o filme e o preto e branco, por opção, anunciam as cores tradicionais do jornal impresso que por sua vez será o caminho onde os idealizadores observarão o impacto causado pela programação.

O dever do jornalismo com a verdade está presente no desenrolar dos fatos que se centraliza na busca de Edward R. Murrow (David Strathairn) e sua equipe de jornalismo na corrida desenfreada de desmascarar as falcatruas, do que na década de 50, chamou-se de Marcathismo: perseguição a pessoas acusadas de simpatia ao comunismo e de realizar atividades anti-norte-americanas. Esse movimento ganhou tal identidade porque foi iniciado pelo então senador Joseph McCarthy que acreditava que os Estados Unidos, depois da guerra fria eram perseguidos pelos ideais comunistas da União Soviética.

“Boa Noite, e Boa Sorte” comete uma falha em não contextualizar esse fato histórico. Uma vez que essa decisão exige do espectador o conhecimento em outras fontes do que acontecera no cenário político de então para só assim entender o porquê daquela programação.

Outro ponto significativo para o jornalismo é a apresentação dos dois lados do fato em questão, pois o programa de aspecto contundente cede espaço ao senador Joseph McCarthy para defender-se das acusações de perseguição sem precedentes levantadas por Edward. Esse fato soa como um embate entre os dois lados de uma notícia. Onde apenas a verdade prevalecerá.

Numa sacada genial, o diretor Clooney não representa o senador McCarthy por meio de atores, mas resgata os seus depoimentos originais, dando mais veracidade e credibilidade à narração. O filme sugere um espaço para o espectador pensar a televisão dos dias atuais, pois o tema leva a um questionamento sobre a presente programação que temos e aquela à qual almejamos.

A saudação sempre ao término de cada programação (Boa noite, e boa sorte) remete a um questionamento do momento incerto e o discurso final de Edward R. Morrow, “a televisão está fadada a ser somente uma caixa preta e luminosa”, nos leva a exigirmos uma mediação mais presente nos anseios democráticos.


O livro de João Ubaldo Ribeiro, “Política – Quem manda, por que manda, como manda”, é um convite a adentrar no cenário político, conhecer os meandros desse poder que ganha várias formas dependendo do país onde o modelo político está inserido. Primeiro, o autor dá uma breve explicação sobre “Que coisa é a Política”. Sua explicação parte do termo “Política”, que segundo ele, “na linguagem comum ou na linguagem dos especialistas e profissionais, refere-se ao exercício de alguma forma de poder e, naturalmente, às múltiplas conseqüências desse exercício” (1998, 9).

Ubaldo ressalta ainda no primeiro capítulo, que relacionar Política somente a poder não satisfaz o que realmente o exercício representa. Para ele vai além disso. Significa também que a Política é canalizadora de interesses e objetivos. Na política acontece o processo de formulação de ideias que se transformarão em tomadas de decisões.

Nos capítulos seguintes, o autor conceitua Estado, e diferencia Estado de Nação, o que, segundo ele, em um Estado pode estar concentradas várias Nações. Trocando em miúdos, Nação refere-se “a raça comum, valores comuns, arte comum, hábitos comuns”. Seguindo a linha de raciocínio sem perder de vista o termo Política, Ulbaldo faz breve menção ao significado de Soberania, de Estado Soberano: “Estado que não se subordina a ninguém, que não há poder acima dele” (1998, 41).

Democracias e Ditaduras também fazem parte da obra. Sobre o primeiro, o autor afirma ser “o grau de liberdade e participação dos cidadãos no processo decisório”, (1998, 71), na política. Longe de ser uma afirmação absoluta, Ubaldo brinca e diz que esse grau é na democracia uma palavra ambígua e pode ser encarada como piada em determinados Estados e em supostas democracias.

O texto diz que a prática das eleições não é confiável pelo Sufrágio Universal (voto), uma vez que há “eleições manipuladas, das formas mais diversas com mecanismos que vão desde a compra de votos e a propaganda deslegal até a adulteração de resultados, que não significam senão uma encenação para dar fisionomia democrática ao regime (...). Além disso, “diversos sistemas eleitorais, as qualificações exigidas de eleitores e candidatos e dezenas de outros fatores podem fazer com que as eleições se prestem muito bem a mascarar a ditadura sob a capa da democracia” (1998, 73).

Quando assisti ao Filme Mandela – Luta pela liberdade, do renomeado direitor Billie August, disse aqui na resenha que escrevi, que se tratava do longa-metragem de maior valor sentimental e humano que eu já havia assistido. Quatro meses depois, aqui estou eu a escrever nova resenha sobre mais um filme que trata da singular história de Nelson Mandela.

Invictus, 32º filme do diretor Clint Eastwood, longa que foi indicado ao Globo de Ouro - Melhor Direção 2010, que conta com os atores Morgan Freeman (Nelson Mandela) e Matt Damon (François Pienaar), ambos indicatos também ao globo de ouro, como melhores ator e coadjuvante, respectivamente, é um filme que parece dar continuidade a Mandela – Luta pela liberdade. Este narra a história do líder sul-africano da década de 1960 até 1990. Já Invictus começa quando Mandela deixa a prisão e assume a presidência da República Sul-Africana em 1994 e anos subsequentes.

Comovente como o filme de August, Invictus traz como diferencial o esporte Rugby, pano de fundo de todo o longa, usado sabiamente por Mandela para acabar com o fosso da segregação racial entre negros e brancos existente até ali. A um ano para a copa do mundo de rugby, que aconteceu em 1995, na África do Sul, Mandela assim que assume a presidência começa a se interessar pelo esporte: regras, defesa, ataque, e o mais importante: conhecer a seleção sul-africana de rugby, os chamados Springboks.

A grande dificuldade de Mandela de início, era tornar o esporte uma paixão nacional. Isso porque o rugby era praticado apenas pela elite branca sul-africana. Diante de uma minoria branca que disse “ele pode ganhar uma eleição, mas ele poderá governar um país”, Madiba, como é chamado pelos negros, acata linguagem universal do esporte para unir uma nação. Seu primeiro trabalho é transformar o rugby, um esporte também dos negros sul africanos. Ele consegue firmando uma parceria com o capitão dos Springboks, François Piennar, levando o esporte para as periferias do país. A ideia de Mandela: formar torcedores negros para a seleção sul africana, tornar o rugby uma paixão nacional e, por último, acabar definitivamente com o aparthaid.

Invictus é um filme recheado de lições de vida: respeito ao próximo, sem olhar as diferenças de cor, raça, sexo, estatus social; perdoar sempre, pois, como disse Madiba, no longa, “o perdão afasta o medo, por isso é uma arma poderosa” e o “perdão liberta a alma”; mais do que isso, Invictus mostra o potencial de Mandela em transformar os Springboks, time símbolo do aparthaid, em um símbolo da África do Sul, para negros e brancos.

Por tudo isso Invictus vale a pena ser assistido por qualquer sexo, idade, raça , cor e estatus social.

Parabéns ao filme de Clint Eastwood. Invictus é um filme emocionante. Não poderia haver escolha melhor do que Morgan Freeman para interpretar Mandela. Matt Damon também fez uma boa atuação como o jogador Piennar, apesar de eu achar que faltou mais empolgação de um verdadeiro líder para interpretá-lo. As imagens dos jogos no estádio, da periferia da África do Sul ficaram muito reais. Da mesma forma a trilha sonora é muito comovente.


Não dá para fugir, as pequenas e grandes empresas necessitam desenvolver em suas estruturas o Marketing com valor agregado. Mas o que significa agregar valor ao marketing? Quer dizer atender por meio dos produtos e serviços às necessidades dos clientes, não somente vender por vender, servir por servir, visando apenas o lucro. O desafio é provar a excelência dos produtos em mercado com a permissão dos consumidores sem importuná-lo. Grande desafio, não?

Só é possível conseguir chegar a resultados positivos conhecendo o consumidor e suas necessidades. É o que deve fazer as empresas, hoje. Os departamentos de marketing, ainda muito reduzidos, têm de conhecer as rotinas de compra dos consumidores, saber do que eles gostam e como gostam.

Podemos exemplificar as exigências do cliente a partir de um supermercado.

Quando eu vou ao supermercado fazer as compras do mês:

Eu quero fazer as compras – pela lógica eu quero encontrar produtos de qualidade, mas, mais do que isso quero poder ter um bom atendimento, simpatia no caixa, pouco tempo de espera;

Eu tenho pressa, preciso comprar rápido – os produtos são encontrados com facilidade, ou há alguém que me auxilie a encontrá-los?

Eu tenho família, filhos, quero conforto para meu bebê – há carrinhos próprios para eu andar com ele?

Eu não tenho carro e preciso dos produtos, urgente – há serviço de entrega a domicílio rápido?

São alguns exemplos de valor agregado ao marketing no negócio supermercado. Se o Departamento de Marketing segue esses exemplos à risca, com certeza o negócio tem um diferencial a oferecer aos clientes. Em longo prazo, ele está conquistando novos clientes e fidelizando os mais velhos. Já não dá apenas para ter produtos nas gôndolas dos supermercados, mas o cliente quer mais e na Era do Marketing, ele é o rei.

Com o Marketing de valor agregado, o supermercado terá clientes fidelizados, pois trabalha com diferenciais e fortalece sua marca, bem maior da empresa. Com a fidelização o negócio passa a conhecer os hábitos de consumo dos clientes e estabelece um relacionamento com ele.

Antes do Marketing, o Endormarketing

Isso mesmo. Não dá para pensar em atingir o cliente sem antes arrumar a casa. O endormarketing olha para dentro, ele trabalha primeiro com o público interno (funcionários) e o incentiva nos processos de produção dos produtos e implementação de serviços. Um funcionário motivado é um membro da empresa que a conhece e pode passar esse conhecimento ao cliente, portanto, funcionário mais informado sobre o negócio reflete num funcionário mais motivado. De maneira geral, a empresa deve gerenciar as atividades e atitudes dos funcionários a partir da motivação e da comunicação. (no próximo post eu explicarei como atingir esses objetivos)

Infelizmente a realidade brasileira diz o contrário: nossas empresas, a maioria, não atenta a esses quesitos. Muitas nem sabem o que é endormarketing e não se importam com o capital humano que tem ali. O que se vê: funcionário bom é aquele que custa pouco, ou, se quiser ficar é do meu jeito, se não quer, tem filas à espera de emprego. Atitudes que não valorizam em primeiro lugar o cliente que não terá um atendimento feliz nem diferente dos outros negócios do mesmo ramo de atuação.

Já está mais do que na hora de as empresas atentarem para o marketing de valor agregado. É o futuro: pensar e satisfazer todas as necessidades do consumidor, mas, para isso, é necessário mudar a estrutura que não favorece esse processo. Quando as empresas começarem a administrar seus produtos, serviços, preços, distribuição e processos de comunicação, elas verão que os desejos e necessidades dos clientes, internos (funcionários) e externos serão atingidos. Com isso, a empresa cuida da sua imagem, da sua marca, se antecipa aos concorrentes, lucra mais, e orienta-se para o futuro e possíveis novos mercados de atuação.


Este é um dos grandes impasses que pode passar um assessor de imprensa. Mas como diz o bom e velho ditado, para tudo há uma solução. Estou vivendo esse percalço pela segunda vez, desde que me tornei assessor de imprensa das Pontifícias Obras Missionárias (POM), instituição da Igreja Católica, que no Brasil tem sede em Brasília e está presente em todo o mundo.

Entenda: Por se tratar de uma organização segmentada, ou seja, voltada para o público católico e, mais especificamente para a dimensão missionária desta Igreja, as Pontifícias Obras Missionár
ias no Brasil não tem histórico de trabalho e aproximação com os veículos de comunicação, por isso, a organização da coletiva de imprensa se tornou mais difícil. A primeira vez que realizamos uma coletiva para as POM foi por ocasião do lançamento da Campanha Missionária de 2011, em setembro passado. No Brasil, saiba, a imprensa católica começa a crescer, mas ainda é limitada a algumas poucas TVs, muitas rádios com a maior parte de seus funcionários sendo voluntários e poucos jornais impressos; em Brasília, esse volume é menor ainda, pois a concentração está no estado de São Paulo.

A primeira coletiva de imprensa em si foi bem organizada: sala ventilada, cadeiras confortáveis, presskit para os jornalistas, coquetel, mesa dos entrevistados bem posicionada com banner de fundo
e na mesa para fotos, como manda o figurino. Os contatos com a imprensa, por meio de envio de releases, via e-mail, e telefonemas com antecedência foram feitos, mas o problema não residia aí, mas no número de veículos que iriam aparecer, afinal, o próprio nome define que se trata de um evento para vários meios de comunicação.

O dia da primeira coletiva

Chegou o dia. Eu já sabia que não ia contar com a presença de muitos veículos de comunicação. Eu contava que apareceriam uns quatro ou cinco e foi justamente o que aconteceu: TV Rede Vida, Canção Nova, Arquidiocese de Brasília, Rádio Maria e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O atraso, como é de costume da imprensa, aconteceu, para minha aflição junto aos entrevistados que aguardavam com poucas esperanças. Mas a coletiva aconteceu e tudo ocorreu muito bem.

Aprendendo com a experiência

Não importa o quão segmentado seja a instituição que você é assessor de imprensa, se há a necessidade de reunir os veículos de comunicação para uma coletiva de imprensa, faça-o, pois é válido, mesmo que apareçam três ou quatro veículos de comunicação. No caso da instituição que eu trabalho, essa segmentação é tão evidente que os temas que são tratados talvez nunca serão pautados pela grande imprensa. Por isso, me apoiei nos veículos católicos.

A instituição que você trabalha poderá também ser assim, mas sempre haverá meios de comunicação interessados nos assuntos que você trata e é neles que deverá focar, uma vez que nem sempre a grande imprensa atinge o público que interessa a sua instituição.

Os resultados apareceram: no dia seguinte eu pude ver, principalmente na internet, através de sites de pesquisa, que a coletiva de imprensa, inclusive as fotos que eu tirei, foram veiculadas em muitos meios de comunicação. Além dos veículos de jornalismo, também por sites e rádios de dioceses espalhadas pelo Brasil e em sites internacionais como Rádio Vaticano (Roma), Agência Ecclesia (Portugal), Agência Zenit (Roma) e tantos outros sites missionários das Pontifícias Obras Missionárias de outros países espalhadas pelo mundo inteiro. Com a presença da internet e redes sociais, a sua coletiva de imprensa, mesmo que com pouca participação de veículos de comunicação, pode chegar aonde você menos espera. No caso, os resultados que a instituição queria foram alcançados. Não importa se foram poucos os jornalistas presentes, mas sim que a mensagem chegou ao destinatário. O trabalho, portanto, valeu a pena.

A segunda coletiva será realizada no sábado, dia 3 de março de 2012. Vamos ver os resultados depois. Uma dica: jamais banalize as coletivas de imprensa. Elas só devem ser realizadas quando realmente for necessário, quando se tratar de um evento extraordinário da instituição. Reunir a imprensa num evento próprio, com organização, requer uma ocasião ímpar.

Fotos: coletiva de imprensa realizada no dia 21 de setembro de 2011