Resenha do filme O 6º Dia: vida eterna na terra ou o caos da humanidade?

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sábado, 18 de abril de 2015


Em um futuro não muito distante, homens convivem com clones de humanos e de animais. O avanço da ciência possibilitou que grandes laboratórios pudessem desenvolver em questão de duas horas uma cópia idêntica, física e psicologicamente de pessoas. Já não se sabe mais quem é quem e a criação divina é ameaçada pela ambição de cientistas que buscam a vida eterna aqui na terra.

Mesmo sendo proibida, a clonagem humana acontece de maneira ilegal nos Estados Unidos. A história de ficção científica é contada pelo filme O 6º Dia, dirigido por Roger Spottiswoode, estrelado por Arnold Schwarzenegger, que interpreta o personagem Adam Gibson, que é clonado de maneira acidental. Quando ele percebe o que está acontecendo, já perdeu sua família e sua identidade para si mesmo.

A mensagem do filme é objetiva e entra diretamente na polêmica dos limites do homem diante da liberdade dada por Deus. “Estou apenas dando continuidade à evolução de onde Deus parou”, diz Michael Drucker (Tony Goldwin), proprietário de um laboratório de clonagem humana. Ele também já é um clone. Gibson (Schwarzenegger) trava a seguinte discussão com o cientista. “Você não pode me salvar. Não se salva nem a si mesmo. Todos temos de morrer um dia”. Drucker responde: “Não temos de morrer; ofereço-lhe a chance de viver para sempre sem envelhecer, perfeito, em todos os aspectos”, mas ao se deparar com a própria imagem, uma nova clonagem que não foi completada, vê um monstro no espelho. A imperfeição.

O tema polêmico é motivo de embate direto entre as religiões e a ciência. No filme, o homem é confrontado com sua liberdade e a sua fragilidade. O livre arbítrio tem por objetivo a busca do conhecimento para o bem da humanidade e esse fim é negado nos avanços da clonagem humana mostrados em O 6º Dia, já que o mundo estava se transformando em um caos.

O papa Bento XVI, em sua Carta Encíclica Spe Salvi, sobre “A esperança cristã”, exorta. “Quem prometesse o mundo melhor que duraria irrevogavelmente para sempre, faria uma promessa falsa; ignoraria a liberdade humana. A liberdade deve ser incessantemente conquistada para o bem”. O pensamento de Bento XVI sobre a ciência é positivo, mas ainda no documento ele explica que "a ciência pode contribuir muito para a humanização do mundo e dos povos. Mas pode também destruir o homem e o mundo, se não for orientada por forças  que se encontram fora dela".

"O 6º Dia", título tirado da Bíblia (Gn 1, 27), faz menção à criação perfeita de Deus que é o homem e do clone imperfeito do homem que pode trazer o caos para a humanidade.



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