A vocação sacerdotal de Monsenhor João Dias Netto

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sexta-feira, 24 de abril de 2015
Natural de Cumari (GO), monsenhor João Dias Netto, 86 anos, era o primogênito da família de 16 irmãos, hoje nove vivos. Funcionário público da Empresa de Correios e Telégrafos, até 1992, o seu sonho sempre foi “servir ao Senhor como padre”, como bem revelou em entrevista sua irmã mais nova, Maria das Graças Araújo, 66 anos, com quem morava no centro de Goiânia.

Monsenhor João Dias nasceu com a vocação sacerdotal, conforme declarou a irmã, mas seu pai, João Dias Araújo, não deixava o filho ingressar no seminário. “De tanto o meu irmão insistir, papai deu de presente a ele a permissão para realizar o seu sonho em 1950”. Mas o pai veio a falecer no ano seguinte, em maio de 1951. Agora, arrimo da família, o sonho sacerdotal teve que ser novamente adiado. Daí em diante ele seria pai e irmão.

Em 1988 falece a mãe, Maria Luzia de Araújo, de quem sempre cuidou. Depois disso, ele começou um curso intensivo devido à idade, em busca do sacerdócio. O arcebispo emérito, Dom Antonio Ribeiro, disse que ia ordená-lo diácono permanente, mas o monsenhor queria ser padre. “Ele continuou o curso e eu o ordenei em 24 de março de 1994”, comenta o arcebispo. “Monsenhor João Dias era um sacerdote muito zeloso, dedicado e fiel à Igreja”, elogia Dom Antonio.

Na última quinta-feira (16) encerrou-se na terra a peregrinação e a bela história vocacional desse padre da Igreja de Goiânia que por último foi vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora (Catedral) e também prestava serviços pastorais nas Paróquias São Pedro e São Paulo, da Vila Finsocial e Nossa Senhora da Libertação, do Jardim Liberdade. Monsenhor João faleceu em decorrência de uma parada cardíaca, no Hospital Santa Helena. A missa de corpo presente foi celebrada na Catedral por Dom Antonio e o sepultamento aconteceu logo depois, no Cemitério Santana, na capital. Monsenhor João Dias tinha 21 anos de sacerdócio. No fim da entrevista, Maria das Graças, a irmã, confessou: “Agora, sim, eu fiquei órfã e sinto muito”. É que o pai faleceu no ano seguinte ao seu nascimento e o padre era, de fato, o pai dela.



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