Vocação Religiosa: vida dedicada a encontrar Cristo com os irmãos

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sábado, 16 de agosto de 2014

Os religiosos têm na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo de seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja. (Papa Paulo VI)

Seis religiosos entre homens e mulheres, de diferentes carismas e idades, responderam seu sim a Deus através da vocação consagrada. Eles vieram de diferentes lugares, situações de vida e trabalham para que o Reino de Deus se cumpra a cada dia na pessoa do irmão. Em meio a tantas diferenças, o seu lema é servir ao próximo, eis a vocação em comum de todos eles.

Com apenas 26 anos de idade, irmã Simone Rodrigues tem apenas quatro, de vida consagrada. Ela mora em Trindade (GO) e faz parte da Congregação Pia União das Irmãs da Copiosa Redenção cujo carisma é a adoração ao Santíssimo Sacramento e a recuperação de dependentes químicos. “Eu amava tudo o que realizava, porém sentia a necessidade de estar mais disponível para Deus. E foi vendo a disponibilidade e a alegria das Irmãs que me entreguei à vida religiosa”, resume.

A Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo tem como carisma a doação a Deus, em comunidade, para o serviço dos pobres. De modo concreto isso quer dizer trabalhar em creches, com crianças de rua, em asilos, escolas, albergues, em hospitais, com hansenianos, com pessoas de necessidades especiais. Irmã Márcia Simões da Rocha respondeu a esse chamado há 35 anos.

Professora por formação, desde criança sonhou em ser religiosa, mesmo sem saber direito o que isso significava. “Sonhava em sair pelos lugares mais difíceis ensinando as pessoas a ler e escrever”. Hoje é diretora administrativa da Vila São Cottolengo, hospital filantrópico de Trindade que presta atendimento a 360 pacientes com deficiências múltiplas.

Irmão Diego Joaquim Pereira de Sousa respondeu à vocação religiosa por meio de um dom que cultiva desde criança: a desenvoltura para falar pelos meios de comunicação. Com 32 anos e cinco de vida religiosa, ele é missionário redentorista, congregação que consiste em continuar Jesus, o Santíssimo Redentor, anunciando o amor e a misericórdia de Deus pela pregação e pelo testemunho de vida. O jovem é formado em jornalismo e história. Às pessoas que perguntam “mas por que não se tornou padre”?, a resposta é objetiva: “Percebi que poderia servir melhor a minha Igreja, com meus dons, consagrando a minha vida em outros serviços, que não o serviço presbiteral”, diz. Na vida religiosa, o atrai viver em comunidade com os irmãos, ser um leigo da Igreja como todos na sociedade, porém, dedicando toda a sua vida a Deus.

A vocação religiosa pouco tem atraído os jovens na América. Dados da Agência Fides para a Missão apontam que em 2012 houve neste continente diminuição de 261 religiosos. As religiosas diminuíram 7.436 em todo o mundo. Elas diminuíram na Oceania (-239) e na Europa (-8.461). Houve incremento na África (+1.395) e na Ásia (+3.047). Para a Irmã Maria José Monteira de Oliveira, da Congregação das Irmãs de São José de Rochester, esses números são consequências dos desafios que se apresentam às jovens que querem ser religiosas. “O individualismo e o consumismo predominam, as famílias não tiram mais tempo para rezar e se dedicar à Igreja e, ser padre, religioso ou freira, fica para os filhos dos outros”. Maria José é religiosa há 17 anos. Exerce a profissão de advogada e é pós-graduada em direitos humanos. Por onze anos atuou na Pastoral Carcerária.

Davi Nardi, 45 anos, que tem diversas formações, entre elas o bacharelado em direito, também quis dedicar sua vida à consagração religiosa pela Congregação dos Irmãos Maristas, que herdaram de São Marcelino Champagnat a missão de educar a juventude com os princípios cristãos. Desenvolve seus trabalhos há 18 anos em Silvânia (GO) onde é gestor do aprendizado Marista Padre Lancísio, animador de comunidade religiosa, além de participar ativamente das pastorais nas paróquias. “O melhor da vida religiosa é poder experimentar, diariamente, o amor de Deus e sua fidelidade com aqueles que ele chama a servi-lo”. Questionado sobre as motivações que o levaram a ser religioso, ele foi incisivo. “De uma coisa tenho certeza nesta vida: vale à pena ser simplesmente irmão”.

De fato, a simplicidade, o seguimento a Jesus Cristo com a presença e o serviço aos irmãos é o dom especial da vocação religiosa consagrada. Não precisa muito, basta a disponibilidade para que o religioso seja um sinal de Deus na terra. Irmã Nadir Laudelina Marcelino acredita que ser religiosa é seguir radicalmente Jesus, no serviço, na fraternidade, no amor gratuito ao Senhor e aos irmãos. Com 68 anos de idade e mais da metade de sua vida, 37 anos, dedicados à vida religiosa, ela optou pelo carisma das Irmãs Franciscanas da Ação Pastoral que é viver em obediência a serviço da Igreja, atitude de oração e conversão, sendo instrumento de paz e bem. “Aos jovens que pensam em ser religiosos, acreditem, não foi você quem escolheu, mas Deus quem te chamou; a resposta é sua”.

Números

O Brasil conta com 322 instituições femininas de vida consagrada. Ao todo são 418 congregações que somam 31.933 religiosas. As instituições masculinas são 96, que contam com 1.844 padres e 1.874 irmãos, totalizando 3.718. O Brasil, portanto, tem 35.651 religiosos e religiosas. Em Goiás são 178 comunidades religiosas e 636 irmãs; 67 comunidades de padres e irmãos que somam 237 religiosos. Juntos os religiosos e religiosas em Goiás totalizam 873.
(Fonte: CRB Goiânia)

Ano da Vida Religiosa Consagrada

O papa Francisco convocou para 2015 o Ano da Vida Consagrada. As iniciativas serão organizadas em três âmbitos: através da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; da União dos Superiores Gerais; e no âmbito mais restrito das realidades locais, de acordo com cada congregação religiosa. O primeiro evento já tem data marcada: 29 de novembro de 2014, para a vigília de oração que precederá a abertura oficial no dia seguinte, 30 de novembro, primeiro domingo do Advento. A conclusão está prevista para o dia 2 de fevereiro de 2016, por ocasião do Dia da Vida Consagrada.



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