Crítica ao filme Ato de Coragem

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Imagine um filme cujo objetivo é fazer marketing belicista, mostrar que é possível transformar homens comuns em heróis de guerra, transmitir à juventude uma mensagem de coragem e de que é preciso tomar a decisão de defender a pátria nem que para isso seja preciso sacrificar a própria vida. Tudo isso sem ser sensacionalista, com inteligência e objetividade. Este é o filme Ato de Coragem - Act of valor (2012), dirigido pela dupla Mike McCoy e Scott Waugh.

O longa-metragem de 1h50, é baseado em fatos e, logo nos primeiros minutos faz questão de destacar isso: “Este filme é baseado em atos reais de bravura”, frisando o seu objetivo e o seu foco. O roteiro mostra a que veio fazendo um convite aberto de alistamento de jovens americanos para a elite da marinha americana, os conhecidos Navy SEALs.

“O meu pai dizia antes de morrer que o pior em envelhecer era que se tornava difícil proteger aquilo que realmente interessava: honra, liberdade, justiça e família. Estas coisas são sagradas”, continua uma voz paterna que emociona. Ato de Coragem narra a história de um grupo de militares que tentam resgatar um agente da CIA, Lisa Morales (Roselyn Sanchez) que foi sequestrada. Para isso, eles são enviados às Filipinas. Para dar maior sensação de realidade, o elenco conta com a participação mais que especial de verdadeiros oficiais da Marinha americana.

O tom patriótico é ponto chave de Ato de Coragem. Tudo no filme é direcionado a esta mensagem: a voz do narrador, a trilha sonora melancólica, as imagens panorâmicas, a bandeira americana que tremula, a emoção dos personagens envolvidos e, claro, com tudo isso, o telespectador acaba sendo manipulado e envolvido na mensagem. Por outro lado, é preciso acentuar que o filme não omite de forma alguma o lado ruim da guerra: desde as cenas de tortura sem nenhum espetáculo até as frases quase que poéticas do narrador: “a guerra é um país de vontades, não há espaço para a simpatia. Se não está pronto para desistir de tudo, você já era”. No entanto, faz questão de reforçar o que seria o lado bom de ir para o fronte: “melhor do que isso é ser pai”.

Ato de Coragem é um filme com cenas reais que não faz sensacionalismo com centenas de explosões, como nos filmes de heróis dos quadrinhos, munidos de seus superpoderes. O foco jamais é abandonado, mesmo nos minutos finais antes dos créditos. “Este filme é dedicado a todos os homens e mulheres que se sacrificaram pelos seus países como guardiões da liberdade contra o terrorismo e tirania... e para todos aqueles que irão ser chamados no futuro. Na bravura existe esperança”.

O convite foi feito. Mas será que os jovens americanos o aceitaram? Fica a pergunta no ar.



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