Mulheres interessadas em serial killer alimentam necessidade de legitimar a própria existência

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domingo, 11 de janeiro de 2015

Embora não tenha revelado o conteúdo das correspondências, a chefe de comunicação setorial da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia, onde está preso o serial killer Thiago Henrique Gomes da Rocha, 26 anos, confirmou à reportagem de O HOJE que cartas e e-mails de pessoas interessadas, principalmente mulheres, chegam à cela do criminoso pelos seus familiares e advogados. “Nós sempre revistamos o material, é um direito que ele tem”, disse Flora.

O que leva pessoas a demonstrarem interesse e até a arriscarem as próprias vidas por uma pessoa como o serial killer de Goiânia? Para a psicóloga clínica Arilda Ximenes, vários fatores podem levar a isso, como uma experiência negativa que a pessoa já tenha passado ou é apenas um modo encontrado para eleger o objeto do desejo, mesmo sendo repulsivo para a maioria das pessoas. “Pode ser uma maneira de compensar a si mesmo, de encontrar uma combinação com algo que para outras pessoas pode ser negativo”, explica.

De acordo com a especialista, a mente humana tende a ser atraída pelo normal, mas não descarta o que pode ser repulsivo para a sociedade. “Existem mentes que se encantam por figuras aversivas como psicopatas”, isso se dá, segundo Ximenes, também pela necessidade de querer se tornar legítima para a sociedade, mesmo que de maneira negativa. “Ser condenado é melhor do que ser ignorado. Mesmo que não seja politicamente correto, a escolha de se interessar ou gostar de uma pessoa como o Thiago, é uma forma de chamar a atenção dos outros, alimentar uma necessidade de projeção, conquistar a fama”.

Fotos: Fábio Lima


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