O Palhaço: humor e seriedade na medida certa

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011
O roteiro do segundo longa-metragem dirigido por Selton Mello é desenvolvido num paralelo entre a seriedade do personagem Benjamin, o palhaço Pangaré (Selton Mello) e o humor do Circo Esperança e seu quadro de artistas.

O foco central da comédia, que também é um drama centrado na vida de Benjamin, busca resolver duas inquietações do palhaço: Quem sou e onde estou? “O gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou só um palhaço”, frase ensinada pelo pai de Benjamin, o palhaço Puro Sangue (Paulo José) não é suficiente para fazer Pangaré deixar de se questionar sobre seu trabalho e sua vida e ele quer ir além do picadeiro.

Impressiona a sensibilidade de Selton Mello em desenvolver dois papéis num mesmo personagem sem se deixar influenciar por um ou outro, ou seja, sem deixar cair a qualidade das cenas com a interferência de personalidades distintas. Selton consegue dá vida à jovialidade do palhaço Pangaré e às aflições do ocupado e cheio de problemas, Benjamin.

Com roteiro objetivo, um toque de humor e seriedade do início ao fim do longa na medida certa, “O Palhaço” convence pelo elenco composto por atores experientes que correspondem ao foco do filme, como os comediantes Moacyr Franco (Delegado Justo) e Jorge Loredo (Nei), e pela bela fotografia e locações que se passam no interior do Brasil, mais precisamente no estado de Minas Gerais. Aqui vale acentuar as panorâmicas hora e outra colocadas em destaque abrindo horizontes nas serras de Minas com o objetivo de levar ao infinito os pensamentos do personagem de Selton Mello (Benjamin) que deseja conhecer a si mesmo. O Palhaço encanta também pelo pouco uso de efeitos visuais banalizados no cinema de hoje.

Vale a pena assistir.




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