A menina sem estrela

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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O tema/assunto para a publicação nas páginas de saúde da Revista Veja de 15 de agosto de 2007, reflete um drama raramente visto numa revista semanal brasileira, ou mesmo mundial. A jornalista Adriana Dias Lopes todas as semanas expõe matérias de uma ou duas páginas que vêm trazer para os leitores da citada revista, informações sobre descobertas científicas de novos medicamentos, doenças, curas. Desta vez é publicado o perfil de Marcela de Jesus Galante Ferreira, nove meses de vida, portadora da rara anomalia congênita: a ausência de cérebro.

Numa forma de dizer que todos os homens são guiados por uma estrela, em referência ao brilho de idéias para se viver que o cérebro representa, a matéria traz em seu título a frase: “A menina sem estrela”, a menina que por viver, aliás, vegeta. Pois sem cérebro, apenas tem reações involuntárias.

As ideias secundárias do texto são referentes à defesa do aborto por católicos, evangélicos e espíritas, e a outro caso semelhante que ocorreu na Holanda, mas que, pela opinião pública e a nova legislação do país, teve outro desfecho para o caso: o sacrifício da criança. Num ponto culminante do texto, a autora faz a pergunta a si mesma e ao leitor: “quem é capaz de determinar se uma criança nessas condições merece ou não viver, e por quanto tempo? E de forma conclusiva e efeito impactante, a jornalista contradiz as palavras do pediatra alemão, Roberto Wüsthof, com as de Cacilda e Dionísio, pais de Marcela e católicos fervorosos. Sendo que aquele diz que uma criança sem cérebro é como um computador sem processador, e estes, pelo amor à criança, dizem não se importar com esse pensamento que é apenas científico”.

O texto em si é crítico por si só, mas minha opinião em relação ao fato e aos dois pensamentos sobre o mesmo assunto e ideias da autora, colocadas no texto, é que a eutanásia deve ser combatida. A conclusão do texto foi em defesa deste fim, a favor da vida, independente da situação. A pergunta de Adriana sobre quem pode ou não tirar a vida de um inocente denunciou sua opinião sobre o assunto como defensora da vida sem intervenções. A escrita está bem encadeada, e a opção por humanizar e sentimentalizar cada palavra numa aproximação à família da criança, foi de extrema importância para dar alcance e interesse do texto à diversidade de leitores.



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