A ideia de quem mora fora de Brasília é que os candangos só respiram política, politicagem, corrupção, mentiras. Engraçado, mas basta ir a algum interior do país para logo nos perguntarem se vemos o Lula por aqui – passeando, ou algum senador, deputado federal – como se a capital do país se resumisse a Eixo Monumental e Asas Sul e Norte.

O que poucos sabem, ou querem saber, talvez por ironia, talvez por ignorância, é que Brasília é muito mais do que o Avião de Lúcio Costa. Além das asas gigantes, dos Eixões e da sopa de letrinhas que são as longas avenidas de Brasília, há uma população mais significativa [lê numericamente falando] do que aquela que reside nos arredores do Congresso Nacional. Cidades satélites foram os nomes dados às regiões administrativas do Distrito Federal. Nesse céu de Brasília, há uma população que veio de todo o país: são cariocas, maranhenses, gaúchos, paraenses, acreanos; mas com predominância de três populações, que formam as características mais fortes de Brasília. São eles: mineiros, goianos e nordestinos. Os três traços pintam o povo candango.


Quando se fala de Brasília, portanto, fala-se também de uma mistura de povos, regiões, culturas que conseguiram viver em harmonia. E que, com o passar do tempo, já comemora os 50 anos da terra idealizada por Juscelino Kubitschek.

Nesses 50 anos de história, a criança Brasília tem a comemorar muito. Política, politicagem, corrupção e mentiras existem, sim. Não apenas no âmbito da política, mas também em outros setores da sociedade, como em qualquer cidade do Brasil e do mundo. É preciso que o brasileiro saiba que sua capital vai além do avião, além da política. Brasília é de um povo trabalhador, que representa todas as regiões desse imenso país continental. Esses 50 anos são para comemorar a vitória de uma cidade que nasceu do cerrado, ou melhor do nada. Surgiu, cresceu, e continua a acolher pessoas de todas as regiões. Parabéns, terra boa!